ÔRÍ participa da vida e da organização dos movimentos negros no Brasil nos anos 70 e 80, com o tema da superação da questão racial pelo desafio da sobrevivência planetária e a questão negra dentro da questão nacional com o tema dos Quilombos.

ÔRÍ significa “Cabeça” em língua yorubá. Uma festa visual da transmigração africana e sua continuidade e presença política nas Américas. Após 11 anos de produção, e um lançamento comemorativo em 4 capitais de País, ÔRÍ esteve no final de 89 em 17 eventos e festivais internacionais onde recebeu vários prêmios: o Paul Robeson da Diáspora (11º Festival Pan Africano de Ouagadougou), o Costa Azul Homem e Natureza (5º Festival Internacional de Cinema de Tróia-Portugal), o Prêmio Especial do Jurí (1º Festival Texaco de Cinema Brasileiro-Curitiba), Menção Honrosa para Documentário no Prized Pieces 89 do National Black Programming Consortium em Columbus, Ohio (EUA) e o Golden Gate Award para a categoria no 33º Festival Internacional de Cinema de São Francisco. ÔRÍ é um filme que participa da vida e da organização moderna dos Movimentos Negros no Brasil. Se encontra com o trabalho de Beatriz Nascimento, historiadora e militante, que busca afirmar a história dos Quilombos como identidade histórica do negro brasileiro. ÔRÍ foi filmado no Brasil e na África por Hermano Penna, Jorge Bodanzky, Pedro Farkas e outros importantes fotógrafos, tendo direção de Raquel Gerber e música original do percussionista Naná Vasconcelos com arranjos de Teese Gohl. As questões primordiais que coloca ainda estão por ser discutidas: a superação da questão racial pelo desafio da sobrevivência planetária e a questão negra dentro da questão nacional, temas emergentes na Europa, África e América pelas lutas de independência étnica e nacional que se processam em muitos países do mundo. Programa importante para suscitar questões sobre Quilombos, Nações Africanas no Brasil, conceito de Nação/Estado e a experiência Afro-Americana. Programa de muitos finais e potenciais, repensando o homem e o processo civilizatório do Ocidente.

 

Mini-bio: Raquel Gerber – Cineasta e socióloga, Raquel Gerber realizou “ORÍ” em 1989, com 11 anos de produção no Brasil e África, Ylê Xoroquê  em 1981, “ABÁ” em 1992 e  “Ongamira o Tempo não Existe” em 2014. Dirige atualmente a Estelar Produções Cinematográficas. Co-produziu longas como “O Rei da Noite” (H. Babenco) e “Os Muckers” (Jorge Bodanzky). Atuou na Cinemateca Brasileira e com Glauber Rocha (1973 a 80) publicando o livro “O Mito da Civilização Atlântica”.