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Mulheres Mágicas: reinvenções da bruxa no cinema

24 abr - 2024 • 10h > 20 mai - 2024 • 22h CCBB BH - Belo Horizonte, Minas Gerais

Atenção

NO DIA DE CADA SESSÃO HAVERÁ NOVA DISPONIBILIDADE DE INGRESSOS APENAS NA BILHETERIA DO CCBB.

 

•Os filmes gratuitos terão liberação dos ingressos apenas no dia, uma hora antes da sessão.

•Clique aqui e leia atentamente as normas de visitação do CCBB, para a segurança de visitantes e colaboradores.

•Não é permitido o consumo de alimentos e bebidas no interior do Teatro do CCBB.

SOBRE O EVENTO

A mostra aborda como a figura da bruxa foi elaborada ao longo da história do cinema. Com uma programação variada, essa personagem tão popular é apresentada em sua complexidade, com 28 filmes de várias épocas, países e modos de realização. A programação se divide em dois eixos: o imaginário clássico das bruxas e suas reinvenções contemporâneas. As exibições acompanham debates e uma oficina gratuita.

 

Quando: De 24/04 a 20/05 – Quarta a segunda.
Local: Teatro II
Público-alvo: Público em geral, de acordo com a classificação indicativa.
Classificação: De acordo com o filme, consulte a programação.

 

LISTA DE FILMES

 

Mostra Mulheres Mágicas: Reinvenções da Bruxa no Cinema - 2a Edição

 

1. A fada do repolho, de Alice Guy (1896/1900, 1 min, França) | Livre

2. A paixão de Joana D'arc, de Carl Theodor Dreyer (1928, 82 min, França) | 12 anos

3. Branca de neve e os sete anões, de David Hand, Perce Pearce, William Cottrell,

Larry Morey, Wilfred Jackson e Ben Sharpsteen (1937, 83 min, EUA) | Livre

4. Casei-me com uma feiticeira, de René Clair (1942, 76 min, EUA) | 12 anos

5. As feiticeiras de Salém, de Raymond Rouleau (1957, 157 min, França) | 14 anos

6. O espelho da bruxa, de Chano Urueta (1962, 75min, México) | 14 anos

7. A filha de satã, de Sidney Hayers (1962, 90min, Reino Unido) | 14 anos

8. Viy - O espírito do mal, de Konstantin Yershov e Georgi Kropachyov (1967, 77 min,

Rússia) | 14 anos

9. Laocoonte e seus filhos, de Ulrike Ottinger e Tabea Blumeschein (1973, 45 min,

Alemanha) | 14 anos

10. Cosas de mujeres, de Rosa Martha Fernández (1978, 45 min, México) | 16 anos

11. Para sempre condenadas, de Su Friedrich (1987, 41 min, EUA) | 14 anos

12. O serviço de entregas da Kiki, de Hayao Miyazaki (1989, 103 min, Japão) | Livre

13. Yaaba, de Idrissa Ouédraogo (1989, 90 min, Burkina Faso) | 12 anos

14. A mãe do rio, de Zeinabu irene Davis (1995, 28 min, EUA) | 12 anos

15. Malévola, de Robert Stromberg (2014, 97 min, EUA) | 10 anos

16. A Bruxa, de Robert Eggers (2015, 92 min, EUA) | 14 anos

17. Wil-o-Wisp, de Rachel Rose (2018, 10 min, EUA) | 12 anos

18. Retrato de uma jovem em chamas, de Céline Sciamma (2019, 121 min, França) |

14 anos

19. Resiliência Tlacuache, de Naomi Rincón Gallardo (2019, 16 min, México) | 14 anos

20. República do Mangue, de Julia Chacur, Mateus Sanches Duarte, Priscila Serejo

(2020, 8 min, Brasil) | 16 anos

21. Abjetas 288, de Júlia da Costa, Renata Mourão (2020, 21 min, Brasil) | 16 anos

22. A Praga, de José Mojica Marins (2021, 51 min, Brasil)

23. A última praga de Mojica, de Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld,

Pedro Junqueira (2021, 17 min, Brasil) | 16 anos

24. Mami Wata, de C. J. ‘Fiery’ Obasi (2022, 107 min, Nigéria) | 14 anos

25. Simpósio Preto, de Katia Sepúlveda (2022, 26min, Rep. Dominicana/ Alemanha) |

14 anos

26. Orlando, minha biografia política, de Paul B. Preciado (2022, 98 min, França) |

14 anos

27. Medusa, de Anita Rocha da Silveira (2023, 128 min, Brasil) | 16 anos

28. Rami Rami Kirani, de Lira Mawapai HuniKuin e Luciana Tira HuniKuin (2024, 34

min, Brasil) | Livre

 

SINOPSES

A FADA DO REPOLHO

La fée aux choux

dir. Alice Guy (1896/1900, 1’, p&b, França, Ficção) | LIVRE

Considerado o primeiro filme dirigido por uma mulher e um dos primeiros de ficção narrativa na história do cinema, A fada do repolho apresenta um conto fantástico sobre uma fada que colhe bebês que brotam de pés de repolho.

 

A PAIXÃO DE JOANA D'ARC

La passion de Jeanne D'arc

dir. Carl Theodor Dreyer (1928, 82’, p&b, França, Ficção) | 12 anos

Um clássico do cinema mudo dirigido pelo dimarquês Carl T. Dreyer, o filme conta a história da guerreira adolescente no século XV na França. Ao ser julgada por alegar ter falado com Deus, Jeanne d'Arc (em uma interpretação sublime de Renée Falconetti) é submetida a um tratamento desumano e a táticas de intimidação nas mãos dos oficiais do tribunal da igreja. Pressionada a mudar a sua história, Jeanne opta pelo que considera ser a verdade e sofre as consequências de suas escolhas. O filme será exibido com duas versões distintas de trilha sonora: na primeira sessão, a projeção constará com a trilha composta em 2017 pelos músicos Adrian Utley (do grupo britânico Portishead) e Will Gregory (do duo Goldfrapp), enquanto a segunda sessão terá o acompanhamento musical criado por Richard Einhorn, em 1994, de título Voices of Light.

 

BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES

Snow white and the seven dwarfs

dir. David Hand, Perce Pearce, William Cottrell, Larry Morey, Wilfred Jackson e Ben Sharpsteen (1937, 83', cor, EUA, Ficção) | LIVRE

O primeiro longa-metragem de animação produzido nos Estados Unidos, este clássico dos estúdios Walt Disney, baseado no conto dos Irmãos Grimm, transformou a história do cinema ao utilizar, pioneiramente, a técnica de desenho à mão. Branca de Neve é uma princesa órfã, que vive com sua malvada e vaidosa madrasta, que a obriga a trabalhar como criada no castelo. Quando seu Espelho Mágico diz que Branca de Neve havia lhe superado em beleza, a Rainha Má ordena que seu Caçador leve a princesa à floresta para matá-la, e exige, como prova, que ele lhe traga o seu coração. O Caçador, porém, não tem coragem de completar a tarefa, e implora que Branca de Neve fuja sem jamais olhar para trás. Depois de uma noite assustadora, a princesa consegue encontrar, com ajuda de bondosos animais, uma casa de campo, onde ela não sabe que vivem sete anões.

 

CASEI-ME COM UMA FEITICEIRA

I married a witch

dir. René Clair (1942, 76’, cor, EUA, Ficção) | 12 anos

Comédia dirigida pelo mestre francês René Clair e estrelada por Veronica Lake, e que serviria de inspiração para a série televisiva “A feiticeira”. Conta a história de Jennifer, uma bruxa queimada na fogueira pelo puritano Jonathan Wooley nos julgamentos de Salém. Antes de morrer, ela joga uma maldição em seu algoz: nenhum homem de sua família terá sorte no amor. Séculos depois, o espírito da bruxa desperta e ela vai em busca de um corpo para infernizar a vida de Wallace, descendente do responsável por levá-la à fogueira, e destruir o seu futuro casamento.

 

AS FEITICEIRAS DE SALEM

Les sorcières de Salem / The crucible

dir. Raymond Rouleau (1957) [145', p&b, EUA/França, Ficção) | 14 anos

Primeira versão para o cinema da famosa peça “The Crucible”, de Arthur Miller, com roteiro de Jean-Paul Sartre. Nova Inglaterra, 1692. Na pequena cidade de Salem, o fazendeiro John Proctor (Yves Montand) trai sua esposa Elisabeth (em uma interpretação primorosa de Simone Signoret) por duas vezes com Abigail (Mylène Demongeot), a jovem serva de 17 anos. Quando John coloca um fim ao relacionamento, Abigail trama sua vingança.

 

O ESPELHO DA BRUXA

El espejo de la bruja

dir. Chano Urueta (1962, 76’, p&b, México, Ficção) | 14 anos

Com inspirações hitchcockianas, O espelho da bruxa é uma das obras mais representativas do cinema gótico do México. Dirigido por Chano Urueta e baseado no roteiro de um dos grandes mestre do terror mexicano, Carlos Enrique Taboada, o filme tem como protagonista Sara, uma governante adepta das artes da trevas, que revela à sua afilhada, Elena, o destino macabro que a aguarda com a ajuda de um espelho: Elena será assassinada pelo seu marido, o cirurgião Eduardo Ramos, que está apaixonado por outra mulher. Após não conseguir mudar a sorte de Elena, Sara se vinga ao apresentar o ocultismo à nova esposa de Eduardo, Debora.

 

A FILHA DE SATÃ

Night of the eagle/ Burn, witch, burn!

dir. Sidney Hayers (1962, 90’, p&b, Reino Unido, Ficção) | 14 anos

Norman Taylor (Peter Wyngarde) é um professor universitário bem-sucedido. Cético, ele descobre que sua esposa, Tansy (Janet Blair), pratica atos de bruxaria a fim de proteger a carreira do marido. Norman a obriga destruir todos os amuletos que estavam escondidos em sua casa. A partir de então, eventos misteriosos começam a assombrar o casal.

 

VIY - O ESPÍRITO DO MAL

dir. Konstantin Yershov e Georgi Kropachyov (1967, 77’, cor, Rússia, Ficção) | 14 anos

Clássico do cinema de horror soviético baseado na história homônima de Nikolai Gogol. O estudante de teologia Khoma Brutus é chamado para orar durante três noites pela alma de uma rica moça, morta em circunstâncias violentas, em um vilarejo pobre. No entanto trata-se de uma bruxa sedenta de vingança, que invocará lobisomens, vampiros e outras criaturas do inferno para atormentar a vida do discípulo.

 

LAOCOONTE E SEUS FILHOS

Laokoon & Söhne

Ulrike Ottinger e Tabea Blumenschein (1973, 45’, cor, Alemanha, Experimental) | 14 anos

Livremente baseado em Orlando, de Virginia Woolf, o primeiro filme de Ulrike Ottinger, importante nome do cinema feminista, em parceria com a atriz Tabea Blumenschein, é um exercício surrealista que combina um turbilhão de imagens com uma narração divertida e caprichosa. Num país imaginário, habitado apenas por mulheres, Esmeralda del Rio realiza uma série de transformações, tornando-se várias outras pessoas, como uma viúva na tundra gelada, uma patinadora de gelo e até um gigolô chamado Jimmy. Uma mulher extraordinária, um país incomum e uma cadeia de transformações mágicas dão origem a uma série de representações excêntricas dessas diversas personagens.

 

COSAS DE MUJERES

dir. Rosa Martha Fernández (1978, 45’, p&b, México, Documentário) | 16 anos

Documentário militante realizado pelo importante grupo feminista mexicano Colectivo Cine Mujer, em atuação entre os anos 1970 e 1980. O filme denuncia o problema do aborto clandestino no México, com diversas entrevistas e estatísticas chocantes sobre mulheres que morrem em decorrência de procedimentos realizados em condições precárias. Ao investigar um tema tabu, especialmente no contexto da América Latina na década de 1970, o coletivo assumia o compromisso de levar pautas feministas fundamentais para um debate público e coletivo, e defender maior autonomia das mulheres sobre seus corpos e existências.

 

PARA SEMPRE CONDENADAS

Damned if you don’t

dir. Su Friedrich (1987, 41’, p&b, EUA, Ensaio) | 14 anos

Dirigido por Su Friedrich, figura inarredável do cinema vanguardista e queer estadunidense, Para sempre condenadas articula estruturas narrativas com a experimentação audiovisual para criar um estudo íntimo da expressão e da repressão sexual. Um convento é o cenário desta investigação, centrada em uma jovem lésbica e seu encontro com uma freira solitária. Arquivos e rastros de outras histórias vão se somando às experiências dessas duas mulheres.

 

O SERVIÇO DE ENTREGAS DA KIKI

Kiki's Delivery Service

dir. Hayao Miyazaki (1989, 103', cor, Japão) | Ficção

Nesta encantadora releitura dos contos de bruxas produzida pelos Estúdios Ghibli, a jovem Kiki, de 13 anos, muda-se para uma cidade litorânea com seu gato falante para passar um ano sozinha de acordo com a tradição para bruxas em treinamento. Após aprender a controlar sua vassoura, estabelece um serviço de correio voador e logo integra a comunidade. Mas quando a jovem bruxa perde suas habilidades, ela deve superar sua insegurança a fim de recuperar seus poderes.

 

YAABA

dir. Idrissa Ouédraogo (1995, 90’, cor, Burkina Faso, Ficção) | 12 anos

Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes em 1989. Em uma pequena aldeia em Burkina Faso, Bila, um menino de dez anos, faz amizade com uma idosa chamada Sana, a quem todos chamam de “bruxa”, e que é ritualmente culpada por qualquer desastre que aconteça na comunidade. Mas o próprio garoto a chama de “Yaaba”, que significa “avó”, um termo carinhoso que Sana nunca tinha ouvido. Quando Napoko, prima do garoto, fica doente, Bila recorre a Sana para que ela faça um remédio para salvar a menina.

 

A MÃE DO RIO

Mother of the river

dir. Zeinabu irene Davis (1995, 28’, p&b, EUA, Ficção) | 12 anos

Nessa história comovente ambientada nos Estados Unidos da década de 1850, da aclamada diretora afro-americana Zeinabu irene Davis, uma jovem escravizada conhece uma mulher mágica na floresta chamada “Mãe do rio”. Por meio de sua amizade, a jovem aprende sobre independência, honra, humildade e respeito pelos outros. A mãe do rio é um raro retrato da escravidão sob a perspectiva de uma jovem mulher.

 

MALÉVOLA

Maleficent

dir. Robert Stromberg (2014, 97’, cor, EUA, Ficção) | 10 anos

Releitura do conto de fadas da Bela Adormecida do ponto de vista da vilã, a bruxa Malévola (interpretada por Angelina Jolie). Desde pequena, essa garota com chifres e asas mantém a paz entre os dois reinos, até se apaixonar pelo garoto Stefan, que eventualmente a abandona. A garota torna-se então uma mulher vingativa e amarga que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora.

 

A BRUXA

The witch

dir. Robert Eggers (2015, 92’, cor, EUA, Ficção) | 14 anos

Na Nova Inglaterra de 1630, o pânico e o desespero tomam conta de um fazendeiro, sua esposa e seus filhos quando o filho mais novo, Samuel, desaparece repentinamente. A família culpa Thomasin (Anya Taylor Joy), a filha mais velha que estava cuidando do menino. Com as suspeitas e a paranoia aumentando, os irmãos gêmeos Mercy e Jonas começam a acreditar que Thomasin esteja praticando bruxaria, algo que irá testar a fé, a lealdade e o amor do clã entre si.

 

WIL-O-WISP

dir. Rachel Rose (2018, 10’, cor, EUA, Ficção) | 12 anos

Um dos nomes em ascensão no universo contemporâneo das artes visuais, Rachel Rose apresenta uma narrativa que transcorre na Inglaterra agrária do século XVI. Ao acompanhar a vida de uma curandeira, cujo destino é marcado pelo amor e pela perda, pela prática da magia e as consequências da perseguição ao ser taxada como bruxa, o curta investiga os modos como a percepção e a coincidência afetam nossa experiência no mundo.

 

RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

Portrait de la jeune fille en feu

dir. Céline Sciamma (2019, 121’, cor, França, Ficção) | 14 anos

Vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro e da Palma Queer no Festival de Cannes. Na França de 1770, Marianne é contratada para pintar o retrato de casamento de Héloïse (Adèle Haenel), uma jovem mulher que acabou de deixar o convento. Por ela ser uma noiva relutante, Marianne (Noémie Merlant) chega sob o disfarce de companhia, observando Héloïse de dia e a pintando secretamente à noite. Conforme as duas mulheres se aproximam, a intimidade e a atração crescem, enquanto compartilham os primeiros e últimos momentos de liberdade de Héloïse, antes do casamento iminente. O retrato logo se torna um ato colaborativo e o testamento do amor delas.

 

RESILIÊNCIA TLACUACHE

Resiliencia Tlacuache

dir. Naomi Rincón Gallardo (2019, 16’, cor, México, Experimental) | 14 anos

O filme tem como inspiração entrevistas e encontros com a ativista e advogada zapoteca Rosalinda Dionicio, que tem participado da defesa de territórios contra as mineradoras transnacionais no estado de Oaxaca, no México. Neste trabalho oriundo das artes visuais, se sobrepõem o tempo da criação com o tempo contemporâneo dos despojos da mineração. A fabulação é tecida a partir de mitos mesoamericanos nos quais quatro personagens (uma colina, uma espécie de gambá, Dona Caña e um agave, planta que serve de matéria-prima para tequila) se encontram para conjurar as energias cósmicas e os poderes da celebração embriagante contra as violências capitalistas heteropatriarcais de morte e destruição.

 

REPÚBLICA DO MANGUE

dir. Julia Chacur, Mateus Sanches Duarte, Priscila Serejo (2020, 8’, p&b, Brasil,

Documentário) | 14 anos

A Zona do Mangue do Rio de Janeiro era uma conhecida área de boemia e prostituição que enfrentou diversas perseguições ao longo do século XX. De 1954 a 1974, vigorou na região a chamada República do Mangue, um regime representativo em que, sob controle médico e vigilância policial, as mulheres decidiam quem deveria assumir a administração das “casas de tolerância”. A partir de imagens sobreviventes, o curta propõe um outro olhar sobre esta memória de disputa e resistência. As prostitutas configuram uma classe laboral de qualidade quase identitária – e a criação dessa identidade, muito próxima da bruxa, serviu a propósitos de perseguição e extermínio de mulheres. Este documentário pode nos dar a ver registros de uma “caça às bruxas” no Brasil recente e a alargar nossas compreensões sobre quais mulheres, historicamente, foram de fato os alvos principais dessas investidas.

 

ABJETAS 288

dir. Júlia da Costa, Renata Mourão (2020, 21’, cor’, Brasil, Experimental) | 16 anos

Em um futuro distópico, Joana e Valenza fazem uma jornada à deriva por uma cidade nordestina. Através da música eletrônica e trilha ruidosa, as personagens, nas andanças pelas ruas, performam o que sentem enquanto vivem nessa sociedade tentando entendê-la. Abjetas 288 trata sobre territorialidades, identidades e meritocracia, tudo com um tom irônico e se utilizando de elementos alegóricos que dialogam com a história popular de Aracaju.

 

A PRAGA

dir. José Mojica Marins (2021, 51’, cor, Brasil, Ficção) | 16 anos

Realizado inicialmente em 1980 por José Mojica Marins, o lendário Zé do Caixão, A Praga não havia sido concluído e era tido como perdido, até ser finalizado e lançado postumamente, em 2021. Durante um passeio pelo campo, Marina e Juvenal param para tirar fotos em frente à casa de uma estranha senhora. Irritada, ela se revela uma bruxa e joga uma maldição em Juvenal: uma ferida que se abre em seu corpo sente uma fome insaciável por carne crua e precisa ser alimentada para que as dores sejam amenizadas.

 

A ÚLTIMA PRAGA DE MOJICA

dir. Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld, Pedro Junqueira (2021, 17’, Brasil,Documentário) | 16 anos

Curta-metragem que esmiúça o último longa do mestre do horror brasileiro através de trechos de making-of, depoimentos, cenas da filmagem original e imagens da história em quadrinhos que o originou.

 

MAMI WATA

dir: C. J. ‘Fiery’ Obasi (2022, 107’, pb, Nigéria, Ficção) | 14 anos

MAMI WATA é uma divindade adorada pelos habitantes da remota vila de Iyi, na África ocidental. Mama Efe, sua representante, exerce autoridade espiritual na vila, até que a morte de uma criança perturba a paz da comunidade. O poder da divindade passa a ser questionado por aqueles com diferentes ideologias, e Prisca e Zinwe, filhas de Mama Efe, se unem para salvar sua aldeia e restaurar a glória de MAMI WATA em Iyi.

 

SIMPÓSIO PRETO

Black Symposium

dir. Katia Sepúlveda (2022, 26’, Rep. Dominicana/ Alemanha, Experimental) | 12 anos

Em um tempo mítico, um grupo de mulheres afro-caribenhas se reúne em uma praia remota para debater sexualidade, sensualidade, amor, cuidado, alegria e memória. A conversa gira em torno da descolonização e da espiritualidade. O encontro termina em um ritual que expressa profunda gratidão aos seus ancestrais e ao mar. Um filme que trata da experiência da violência com uma estética e uma abordagem colaborativas que desafiam as convenções cinematográficas a partir de diversas perspectivas feministas, contanto ainda com a participação da pensadora decolonial Yuderkys Espinosa-Miñoso.

 

ORLANDO, MINHA BIOGRAFIA POLÍTICA

Orlando, ma biographie politique

dir. Paul B. Preciado (2022, 98’, cor, França, Documentário/Ensaio) | 14 anos

Em 1928, Virginia Woolf escreveu "Orlando", o primeiro romance em que o personagem principal muda de sexo no meio da história. Um século depois, o escritor e ativista trans Paul B. Preciado decide enviar uma carta cinematográfica à autora: seu Orlando saiu da ficção e vive como ela jamais poderia ter imaginado. Preciado organiza um teste de elenco e reúne 26 pessoas trans e não binárias, de 8 a 70 anos de idade, que encarnam o/a protagonista.

 

MEDUSA

dir. Anita Rocha da Silveira (2023, 128’, cor, Brasil, Ficção) | 16 anos

Há muitos e muitos anos, a bela Medusa foi severamente punida por Atena, a deusa virgem, por não ser mais pura. Já em um Brasil contemporâneo, dominado por um regime religioso ultraconservador, a jovem Mariana pertence a um mundo em que deve se esforçar ao máximo para manter a aparência de uma mulher perfeita. Para não caírem em tentação, ela e suas amigas se esforçam para controlar tudo e todas à sua volta. Porém, há de chegar o dia em que a vontade de gritar será mais forte.

 

RAMI RAMI KIRANI

dir. Lira Mawapai HuniKuin e Luciana Tira HuniKuin (2024, 34’, cor, Brasil, Documentário) | Livre

Até pouco tempo, as mulheres Huni Kuin não podiam consagrar e preparar o Nixi Pae (ayahuasca). Apenas os homens conheciam o poder dessa medicina. “Rami Rami Kirani” é um filme sobre os aprendizados, as transformações e a força da ayahuasca através das mulheres Huni Kuin. Filme realizado durante a oficina de formação audiovisual e direitos das mulheres indígenas, promovida pelo Instituto Catitu na Aldeia Mibãya, Terra Indígena Praia do Carapanã, Acre, ministrada por Mari Corrêa, Sophia Pinheiro e Viviane Hermida.